23/09/2012

Portugal em reflexão (versão inicial)


2012/09/22

Portugal em reflexão



Ai Portugal, Portugal!

Todos os portugueses têm o dever/obrigação cívica de se pronunciarem, objetiva e concretamente, sobre os problemas que afligem esta Nação milenar.
Cada um de nós tem uma opinião formada ou formatada de acordo com a sua vivência. 

A questão é que as instâncias do poder são demasiado autistas ou atuam exclusivamente na defesa dos setores da sociedade que lhes interessa. Normalmente os que detêm o poder do Capital, pois que, como se sabe, vivemos numa sociedade capitalista, pura e dura.

Neste momento quem é que decide, mesmo que à revelia da vontade e do interesse do povo português?:
As Troikas, pois quem havia de ser?
- Troika propriamente dita (FMI, CE e BCE);
- Governo (Passos, Relvas e Portas);
- Troika portuguesa (PR, BP e CES).

De modo que aqui andamos nós às voltas, com as nossas opiniões, do momento, as mais das vezes. E, desgraçadamente, sempre a "toque de caixa".

O Governo lança uns balões de ensaio e fica à espera da reação. E nós vamos emitindo as nossas opiniões. Às vezes até fazemos manifestações de rua! Algumas até são grandiosas, de fazer pensar em como o Povo, se quisesse, seria quem mais ordenava.

O Poder mete a viola no saco por uns tempos, para esfrear os entusiasmos. Convoca os Conselhos dos partidos, do Estado, da Igreja, enfim.

E ficamos à espera que as coisas se conciliem.

Foi o que aconteceu com o famigerado tema das TSU.
Tanto foguetório, tanto folclore, tantas sumidades a aparecerem nos écrans da Televisão, nos jornais, e o Governo e a coligação que o apoia a testarem as suas estratégias político/ideológicas, que mais não foi o que andaram a fazer.
Então, quer dizer, o PM já anda a dizer por meias palavras (mais uns balões de ensaio, provavelmente), que vamos moldar melhor esta questão da TSU. Moldar como?

Ah sim, o IRS está aí mesmo à mão, nada melhor que extorquir mais uns milhares de milhões aos rendimentos do trabalho. E, claro, mais uma vez, a dita classe média (onde está?!) lá se terá de pôr a jeito para deixar nos cofres do poço sem fundo do OE o pouco que já lhe está a restar.

E atenção, muita atenção! 

Convém ter presente que ainda nada se decidiu, diz o nosso Presidente, só quando houver Orçamento do Estado é que se pode tomar uma posição séria sobre as contas públicas, os Planos de Actividade para o Futuro de todos nós e as estratégias a seguir. Entretanto, nós não temos qualquer razão para estar a dar palpites nem protestar. Afinal estamos a protestar contra quê? Contra declarações formais de intenção, apresentadas com pompa e circunstância, quer pelo Primeiro Ministro quer pelo Ministro das Finanças?!

Olha o desaforo deste “bom povo português”! …

A proposta que se segue vai ser mais do mesmo. Os trabalhadores é que vão ser sobrecarregados ainda mais para se "fingir" que se resolve o problema do défice, para que se possa "fingir" que vamos pagar a monstruosa dívida pública que os sucessivos governos de Portugal têm vindo a acumular, e que ninguém das altas instâncias do círculo do poder central, se tem mostrado interessado em averiguar das suas reais origens.

De facto, estamos mesmo entregues à bicharada!
Mas que Fado o nosso!

António Nunes
(um Zé do Povo)
@as-nunes

ps.: peço desculpa aos leitores deste blogue. 
Tive que rever a edição original deste post.

04/09/2012

Em defesa do Serviço Público de Rádio e Televisão

O manifesto, promovido, entre outros, pelo realizador António Pedro Vasconcelos, abriu hoje uma página na Internet (http://www.emdefesadoservicopublicoderadioedetelevisao.pt) onde defende manutenção da empresa, mas "desgovernamentalizada, deixando de ser o Governo a nomear a administração, para garantir a sua independência".

O arquitecto Álvaro Siza Vieira, o cantor Fausto Bordalo Dias, o antigo secretário-geral da CGTP Carvalho da Silva, bem como o actual, Arménio Carlos, para além de diversos jornalistas e docentes, integram também os signatários do manifesto revelado na Internet.

Recentemente, António Pedro Vasconcelos havia apelado ao Presidente da República, Cavaco Silva, para que "trave este atentado contra o serviço público de televisão", na sequência do anúncio do cenário da concessão da RTP1 a privados e do eventual fim da RTP2.

No quadro do movimento que tem vindo a criar contra a privatização da RTP, o cineasta avançou que a prioridade vai ser apelar a três entidades: o Presidente da República, Cavaco Silva, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e o povo português.

"Espero que Cavaco Silva trave, de uma maneira clara, este atentado ao serviço público de televisão e o ministro Paulo Portas também o deve fazer, porque a medida não está prevista no Programa de Governo do CDS, e os cidadãos portugueses devem abrir os olhos", sublinhou.

Os signatários do manifesto consideram que a concessão do serviço público de rádio e de televisão a uma empresa do foro privado, "que receberia não apenas a contribuição para o audiovisual como receitas publicitárias", induziria uma programação submetida a critérios de "rentabilidade comercial, impossível de contrariar através de um caderno de encargos, o que comprometeria a qualidade e a diversidade exigíveis a um operador de serviço público".

É dito também no texto que a "compressão do serviço público de televisão em sinal aberto, num único canal, torna impossível o cumprimento das obrigações de programação actualmente cometidas aos dois canais, visando os interesses dos diversos públicos, maioritários e minoritários".

"Os signatários entendem deixar claro que, seja qual for a 'solução final' proposta pelo Governo, não aceitam qualquer medida susceptível de amputar, enfraquecer ou alienar a propriedade ou a gestão do serviço público de rádio e de televisão", escrevem as diferentes figuras da sociedade portuguesa.




Jornal de Negócios - Lusa